Vestido azul Cap.. II
Assim que Giovana virou a esquina, sob os olhos de Elon,
ele lhe mandou mensagem no aplicativo, solicitando para que avisasse quando
chegasse em casa. Elon se banhou, trocou de roupa, sentou na cadeira junto à
mesa da cozinha e começou assistir filme em seu celular quando recebe uma
mensagem de Giovana.
— Cheguei.
— Chegou bem?
— Cheguei sim.
— Sobre a pergunta que você me fez... —
Ele para olhando para a tela do aparelho celular. — Abro o jogo ou deixo
como está? Acontece que ela já deve ter percebido algo, a experiência dela faz
com que perceba quando alguém nos deseja. —
Elon segue pensando nas consequências de sua confissão. Ele volta em si quando
Giovana lhe enviou uma mensagem.
— Qual pergunta?
— Se eu disser corro o
risco dela se afastar de mim. Ai meu Deus, o que eu faço? — Porque eu fico
nervoso perto de você.
— Você fica
mesmo, até parece que a gente nunca conversou essas coisas. Já te disse que
falo certas coisas contigo, pois confio em você.
— É eu sei. Só que
não sei como explicar o porquê fico sem jeito.
— Será que ele fica assim, tenso, gelado, pelo fato de eu
ser namorada do amigo dele? Ou será que não despertei nenhum desejo nele?
— Na verdade
não era esse a pergunta que eu queria fazer.
— E qual era?
— Não sei como
dizer.
— Deixe de medo
e fala?
— É... — Elon
dar uma pausa para organizar as palavras.
— Fala.
— Lembra que
você me perguntou se eu já tinha te desejado?
— Lembro. O que
é que tem?
— É agora ou nunca.
Seja o que Deus quiser. — Mesmo estando com medo do que
pode acontecer, Elon digita. — A resposta é sim.
— Como assim,
"A resposta é sim"? Não entendi.
— Eu
já te desejei. — Colocando em
seguida os emojis dos macacos, um com a mão tampando a boca e outro os olhos.
— Ata.
Eu já imaginava.
— Como
assim, já imaginava?
— Pela
sua reação quando eu te perguntei, percebi que você me deseja.
— Entendi. — Ambos ficam sem mandar mensagem por
alguns minutos. — Como você conseguiu perceber se eu não fiz nada
e nem falei nada?
— Você
esqueceu a minha idade? E quando a gente vai ficando mais velha, ficamos mais
experientes e nós mulheres temos uma coisa chamada intuição, sexto sentido. — Se
ele me quer da mesma maneira que eu o quero, porque ele não falou, já que
estávamos a sós? Será que ele está com medo? Mas medo de que? Ah! Elon se eu te
pego, vou te mostrar como se faz gostoso. —
Todo esse pensamento fez aumentar meu fogo... — Assopra como se estivesse
expulsando a excitação. — Preciso de um banho e se não der certo vou aproveitar
e ir à casa do meu namorado amenizar minha situação. — Vou
tomar um banho aqui.
— Está
certo. Incendiou, foi?
— Quem
foi o culpado?
— Eu
sou inocente —
Acrescentando um emoji do anjo.
— Está mais para
o capetinha que fica provocando. —
Giovana segue para o banheiro, se despe, entra em baixo do chuveiro e sente a
água fria tocar em seu corpo, instantaneamente lembrou-se de seu amigo e o seu
desejo por ele fez com que sua mão tocasse seu corpo de forma gentil,
imaginando sendo ele quem a estivesse acariciando. Percorreu seu rosto, desceu
para seu colo, alisando seu seio direito, fecha os olhos ao constatar um choque
atrevido e um leve gemido, quase imperceptível, é disparado. Sua mão esquerda
desce até sua boceta, um dos dedos se atreve a penetrá-la e quando ela
novamente sente aquela onda de choque caminhar por todo seu corpo, sua perna
estremecer sua consciência lhe condena. — Meu Deus, o que estou fazendo? Estou
ficando louca, me tocar pensando nele. — Ela se joga debaixo do chuveiro no
intuito da água levar embora seu pecado recente. — Olha o que aquele menino me
faz fazer. — Ela termina o banho, se enrola na toalha e segue para o quarto.
Veste uma saia floral, na altura dos joelhos, uma blusa branca e calça sua
sandália rasteirinha e foi para casa de seu namorado, convicta de que ele faça
o que seu amigo não fez. Enquanto Elon está sentado em sua cama lendo O
Assassino dos Números, do autor Marcio Neri. Após terminar um capítulo, suma
mente vai até sua amiga o fazendo parar no tempo e logo seus pensamentos trás
inspiração, levanta, pega o caderno e uma caneta e começa escrever ainda com
Giovana em sua mente.
Se eu pudesse te
dizer tudo o que eu penso
Provavelmente se afastaria de mim
Prefiro viver com esse meu silêncio
Te mantendo aqui
Com certeza você já
sabe
Acho melhor não confessar
Vou seguindo esse impasse
Correr o risco ou me calar
Você desconfia minha
intenção
Mas finge não perceber
Vou sufocando meu coração
Por medo de te perder
Em seguida, ficou pensativo se mostra ou não aqueles
versos para a musa inspiradora e no fim resolveu enviar o texto para ela, e
logo em seguida resolveu se deitar. Na manhã seguinte, ela assim que chega em casa,
chama amigo pelo WhatsApp. — Bom dia. — Elon ainda dorme, por isso não
responde. Ao acordar, Elon levanta da cama rumo ao banheiro, onde faz suas
necessidades, ao retornar para o quarto olha o celular e vê que sua amiga lhe
mandou uma mensagem e prontamente a responde.
— Bom dia, minha
linda! — Em pouco tempo é
visualizada e respondida.
— Oi, dormiu
bem?
— Dormi sim e
você?
— Muito bem.
Acabei de chegar em casa.
— Elon envia um emoji de surpresa. — Como assim, "Acabou de chegar em
casa"? Estava onde? —
Franze a testa enquanto aguarda a resposta.
— Dormi com meu
namorado.
— Ata. Entendi.
Está mais leve agora?
— Estou sim.
Consegui me aliviar.
— Sorte a sua
ter alguém para saciar seus desejos, enquanto eu estou aqui na abstinência.
— Breve você
arruma uma mulher da sua idade.
— Elon responde provocando sua amiga, já com um sorriso
no rosto — E quem lhe falou que quero novinha?
— Não? — Surpresa com a resposta. — E você quer como?
— Prefiro
mulheres mais velhas que eu.
— Porque essa
escolha?
— Porque as mulheres
depois dos 30 já curtiu a vida, já sabem o que quer, não são de sair. Quero
alguém para somar, me ajudar em tudo, lado profissional, nos estudos... Um
ajudando o outro.
— Entendi. Tem
razão. Depois que a gente chega certa idade ficamos mais em casa, queremos mais
carinho do que estar saindo. Mas porque essa escolha? Geralmente os jovens
preferem outros jovens.
— Eu não sou de
sair, curtição, então quero alguém que goste de ficar em casa, assistir filme,
fazer alguns programas a dois, que não seja tão possessiva (Porque as mais
velhas entende que espaço é necessário e as "novinhas" querem prender
e não tenho saco para isso).
— Eu gosto de
ficar em casa fazendo os programas a dois, só que também gosto de sair, curtir.
— Do mesmo jeito
que as mulheres da minha idade?
— Desse jeito,
não.
— Então. Você consegue entender que seu namorado precisa
ter o espaço dele, para as amizades, as coisas que ele gosta de fazer, não é?
— Todo mundo precisa de momentos sozinhos, sem namorado
ou namorada.
— Por isso. Meu
ultimo namoro não tive muito isso, queria está 24 horas grudados. — Ela não responde, olhe olha para a
parte superior da janela de conversa e percebe que Giovana não está mais
online. Ele aproveita e resolve ir à casa de um dos amigos dele, tira a
bicicleta da garagem e após fechar toda a casa, sai. Dentro de quinze minutos o
celular de Elon toca, ele para no canto da rua e visualiza que Giovana está
ligando para ele, logo atende. — Oi.
— Cadê você?
— Estou perto do centro, por quê?
— Cheguei em sua casa e você não estava.
— Acabei de sair, você está ainda estar em minha casa?
— Sim, estou aqui ainda. Vai vim?
— Espera um pouco que já estou chegando. — Elon dar meia
volta e retorna a sua residência com certa rapidez. Ao virar a esquina da rua
onde mora avista sua amiga em pé diante seu lar. O mesmo para ao lado dela,
cumprimenta com um beijo no rosto, um pouco abaixo da bochecha ainda distante
do canto da boca, desce da bicicleta, abre o portão e entra, Giovana entra logo
atrás. Ao entrar ambos sentam no sofá de dois lugares, ficando juntos, quase
tocando as pernas um do outro. Se olham por um tempo, sem proferirem uma
palavra sequer até que Elon quebra o silêncio com a voz ofegante devido a
rapidez com que veio ao encontro de sua amiga. — O que foi?
— Não falei nada. — Mantendo seu olha penetrante nele.
— Você quer ouvir o que? — Tentando mudar de assunto e
quebrar o clima.
— O que você quiser. — Ela responde sem desviar os olhos
dele. — Eu
não consigo entender esse menino, ontem ele disse que me deseja, mas quando eu
perto ele fica parado. Vou ter que agir para ver até onde posso ir. — Você não sabe o que eu fiz.
— Assustado com o comentário de Giovana, Elon pergunta. —
Tenho até medo de perguntar... O que você fez?
— O que eu imaginei fazer contigo, fiz com meu namorado.
Ele não conseguiu nem ir trabalhar hoje e tudo por sua causa.
— Por minha causa? — Surpreso com a confissão.
— Sim, sua culpa. O que aquele poema me provocou, tive
que me saciar de qualquer jeito. — Se ele vacilar aqui eu pego ele à força. Só
assim vou ver se ele é homem mesmo.
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