Vestido azul Cap. III


Elon se assusta com a confissão de Giovana, dizendo que transou com seu namorado pensando em seu amigo.
— Fico lisonjeado em saber que meus versos provocou tudo isso. Mulher de atitude você.
— Você não viu nada ainda. — Parece que ele está caindo. — Pena que ele não é de muita loucura.
— Como assim? — Perguntou curioso.
— De fazer de tudo que é jeito, lugar, posição... Essas coisas. — Ela o encara. — Você tem cara de quem faz loucuras.
— Para mim na hora do sexo o céu é o limite.
 Ele está se abrindo. — Gosto de homem assim. Você tem cara de safado, de quem quer algo a mais. — Encosta mais perto dele. — É agora que pego ele.
— Eu tenho cara de safado? Como assim? — Surpreso com a afirmação de sua amiga.
— Você tem um olhar de "pidão", aquele olhar sedutor. — Daqueles que faz loucuras na cama.
— É? Se eu tenho tudo isso que você está dizendo, veio do DNA do meu pai porque eu não sei fazer nada, paquerar, dar encima... Essas coisas. Eu queria saber como faz.
— Você não sabe paquerar? E como você faz para ficar com uma mulher? — Perguntou totalmente surpresa e curiosa.
— Não sei mesmo. Eu já falo o que eu quero na cara. Por exemplo: Caso eu estiver a fim de ficar contigo, eu vou até você e digo: Estou querendo ficar contigo e aí?
— Eu aceitaria. — Elon rir timidamente — Porque você fica assim tímido quando conversamos sobre esse assunto?
— Porque eu sou tímido mesmo. — Sou tímido, porém, não sou besta.
— Mas quando conversamos pelo Whatsapp você fica assim também?
— Não. Quando é pelo celular fico mais tranquilo. É que eu não estou acostumado ser paquerado, elogiado, tudo isso é novo para mim. Por isso não sei como me comportar com elogios e cantadas.
— Só relaxe. E se você tiver afim da pessoa, já é o pretexto para se pegarem. — É hoje que eu pego esse garoto.
— Às vezes acho que você vai dizer que sou medroso, porque de longe eu falo algumas coisas e perto não.
 É mais ou menos isso que eu penso. — Não, não é isso. Mas você sabe que não precisa ter vergonha de mim, muito menos medo, sabe também que tem coisas que só converso contigo. — Confessou.
— Está bem, então. — Um breve silêncio paira naquela sala, quebrado por Elon. —— Vamos assistir a um filme?
— Vamos? Qual?
— Qual tipo você gosta?
— Eu gosto dos românticos. — Ele balança a cabeça em positivo, pega o controle e tira do Youtube e coloca na Netflix. Coloca "O leitor" e aos poucos eles vão se ajeitando no pequeno sofá de dois lugares e em um curto espaço de tempo estão deitados, abraçados. Ela se ajeitou, fazendo o braço direito dele de travesseiro, ficando sobre seu peito. O filme contém algumas cenas mais quentes, o que fez Giovana se aproximar ainda mais de seu amigo, se alguém chegasse acharia que eram namorados. Elon a abraçou e ficaram ainda mais colados. Com o calor dos corpos, o jovem sentiu algo mudar, involuntariamente seus pensamentos o conduziu para a maldade.
 Estamos muito próximo, e não estou conseguindo me concentrar no filme.
Giovana que tem a vontade de ficar com seu amigo e ama provocá-lo foi provocando-o ainda mais, como se estivesse lendo seus pensamentos, se mexia, fazendo com que sua mão tocasse "involuntariamente" na parte de dentro de sua coxa, e ao perceber que o toque surtiu efeito, perguntou-lhe ao pé de ouvido.
— Está gelado assim por quê? Por conta do filme? — Elon olhou para ela que estava com um sorriso malicioso.
— Por por por nada.
— Tem certeza? — Elon balança a cabeça confirmando. — Não é pelo filme? — Um pequeno sorriso se insinua em seus lábios.
— É — Abaixando a cabeça.
— Ou foi pelo meu toque involuntário? — Pondo a mão esquerda sobre a coxa direita do rapaz e lhe olhando nos olhos. Um clima quente surge no ambiente, acabando assim que ouve uma batida na porta. Se ajeitaram no sofá, ela do lado direito, de frente para a televisão, e ele tentando esconder sua animação entre as pernas. Sua irmã entra, cumprimenta Giovana e foi para seu quarto. A mulher de meia idade fica toda sem jeito com a presença da jovem menina e procura ir logo embora.
— Eu já vou embora.
— Porque tão cedo?
— Vou resolver umas coisas em casa ainda.
— Está bem, então. — Ela se levanta e ele acompanha até a porta.
— Tchau! — Ela dar um beijo no rosto dele ao abraçá-lo.
— Tchau! — Giovana sai e Pablo fecha a porta e se joga no sofá. — Será que ela foi embora devido à chegada da minha irmã? Qual mal minha irmã pode causar, se aqui em casa é liberal? Ela pensa que eu não sei o quão me quer, me deseja e eu também a desejo, porém, é uma situação complicada já que ela é namorada do meu amigo. — O celular anuncia que chegara uma mensagem no Whatsapp.
 Cheguei.
 Certo. Porque você foi embora mesmo?
 Porque tem a possibilidade de sua irmã falar com minha sobrinha e acabar em confusão.
 Entendi. O que você está fazendo? — Tentando sair do assunto.
 Estou comendo e você?
 Estou no meu quarto deitado e assistindo alguns vídeos e lendo alguns contos.
 Vídeos de que? — Perguntou curiosa.
 Anime conhecido também como desenho animado.
 Ata. Você gosta dessas coisas não é?  Às vezes ele parece uma criança.
 Sim, sou viciado. Se deixar, fico o dia inteiro só assistindo.
 Como você consegue?
 Vou assistindo e quando percebo já passou o dia todo e eu dentro do quarto. O que você gosta de assistir?
 Gosto de filmes de amor.
 Quais filmes mais gosta?
 Ghost, Dirty Dancing: Ritmo Quente, Nos embalos de sábado à noite, Titanic.
 Bons filmes. Eu gosto de tudo que é tipo, menos terror.
 Também não gosto de terror.
 Eu também não gosto de filme muito romântico, porque a vida não é assim.
 Eu gosto. Eu vou dormir, amanhã tenho que acordar cedo.
 Está certo. Boa noite!
 Boa noite! Fica com Deus.
 Você também e bons sonhos. — Elon continuou assistindo animes e quando já estava deitado, pronto para dormir, lembrou-se do filme que havia assistido com sua amiga e fantasiou sendo o personagem principal junto com ela, ele lendo trechos de livros para ela, antes de ter um momento íntimo, possuindo aquele corpo de quarenta e poucos anos. Mentalmente, ele listou alguns livros que leria para sua amiga, aqueles que têm partes mais quentes para dar o clima e deixar ambos no clima. "Contos Secretos" de Danilo Barbosa, "Não sonhe com o amanhã" de Josy Stoque são os livros que ele leu e que ajudaria em tê-la. Ele pega um caderno e uma caneta e começa a escrever.
Se você soubesse o que eu penso Com certeza correria de mim

Não há sequer um momento
Que não desejo em te ter aqui
Deitada em minha cama, completamente despida
Transpirando prazer, sendo mais que minha amiga


Por um instante passou em sua cabeça enviar o pequeno verso para sua amiga, a sua musa inspiradora, porém, preferiu apenas guardá-lo e quem sabe em um momento mostraria a ela. Na manhã seguinte ele foi para o trabalho e lá teve que dar assistência a uma das coordenadoras, Paula, ao chegar à sala dela, ela lhe explica que não está conseguindo acessar o computador, Elon se direciona até a mesa da mulher, ficando ao seu lado, se curva e começa a mexer no teclado do computador, dentro de instante está liberado o acesso. Elon ficou o dia inteiro ajudando aquela mulher negra, baixa, gordinha e para agradecer, Paula o abraça, seu perfume faz com que o jovem rapaz feche os olhos, respire fundo, e aperte o abraço. Ao sentar ela passa a mão de leve na barriga dele, provocando arrepios e tensão, Elon tentou agir normalmente, entretanto, sua mente estava movimentada de imaginações impróprias e impossíveis de acontecer. Ele sai da sala, vai até a copa pegar um pouco de café, durante o trajeto começa imaginar ela o abraçando, seu membro dando sinal de vida ao ponto dela perceber, ambos se olharem e inicia um beijo demorado, cheio de vontade, pecado, mãos para lá, mãos para cá, até que ela acaricia a barriga do rapaz por baixo da camisa, enquanto ele a segura pela bunda. Elon desperta ao perceber que está bastante animado no corredor do trabalho. — Elon seu pervertido, não está vendo que não existe possibilidade disso acontecer? Ela não vai trair seu marido, ainda mais com um jovem como você. Acorde! — Então ele busca levar sua mente e pensamentos "sujos" para outros lugares que não o faça se animar. Põem café em dois copos, um adoçado para ele e outro amargo para Paula e retorna para a sala dela e a entrega.
— Muito obrigada, meu lindo. Você não existe.
— De nada. — Abrindo um largo sorriso.
— Daqui a pouco vão dizer que estou lhe explorando.
— Que nada. Não custa trazer café. — Se recostando na janela e fica olhando, e novamente sua mente o tirou do planeta terra.
— Terminei meu querido, está liberado, já passou da hora.
— An? O que? — Acordando do transe.
— Está sonhando acordado, menino? — Dando risada.
— Viajei agora. — Rindo com ela. — Desculpa! O que você disse?
— Que eu acabei e você está liberado, pode ir.
— Tem certeza?
— Tenho, obrigada. — Se abraçam e se beijam no rosto. Elon sai da sala, vai até a sua e pega a mochila e segue para casa.

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