Vestido azul Cap. IV


Elon e Giovana estavam deitados numa área no fundo da casa dela. Ele olhando para o céu azul, com poucas nuvens, sol radiante provocando os 37º C naquela tarde de sábado. Elon estava vestido com uma bermuda branca e uma camisa da mesma cor estampada com a imagem de Seu Madruga e Giovana com um vestido simples azul.
— Eu fico pensando... Caso eu fique rico, não darei chance para essas mulheres que não me querem no estado que estou agora. É mais fácil eu voltar para minha ex do que dar moral para outras.
— Como assim? Voltaria para ela? Mesmo depois de tudo que ela te fez?
— Sim. Pelo menos ela me aceitou quando eu não tinha nada, me quis, ela me deu uma chance, apostou... Coisa que nenhuma outra fez, entende?
— Eu também lhe quis...
— Só que você não conta.
— Porque eu não conto?
— Por que você quer apenas sexo.
— Você está totalmente enganado, quero mais que isso. — Elon fica estático com a confissão de sua amiga.
 Por essa eu não esperava, jurava que era só desejo, tesão. — Você tem namorado, então não pode entrar na lista. — Abrindo um largo sorriso amarelo.
— Não sei se tenho mais.
— Como assim? — Perguntou ao mesmo instante que esbugalhou os olhos.
— Estou desconfiando que ele esteja me traindo.
— E o que pretende fazer?
— Ainda estou pensando. O que não posso fazer é terminar sem ter prova. Eu aceito tudo numa relação, menos traição.
— Tipo a música Loba de Alcione.
— Isso mesmo. Quem fez aquela música parece que me conhece muito bem e fez para mim. — Ambos riem. — Ah! Uma amiga minha viu sua foto e achou você bonito.
— Todo entusiasmado. — Quem é ela? Me apresenta, estou mesmo precisando.
— Tá! Se eu vê ela novamente, eu falo.
— Me conte como foi isso.
— Gostou, não foi?
— Claro que sim, não é todo dia que alguém goste de mim.
— Eu estava mexendo no Facebook e ela viu sua foto e comentou "Que homem charmoso" aí eu falei que era meu amigo.
— Mora onde?
— Não sei, conheci hoje no centro.
— Não pegou contato dela? Whatsapp, Facebook?
— Não. — Elon fica cabisbaixo. — Um silêncio pairou o ambiente. — Eu contei nossa história para uma pessoa, para pedir conselho.
— Quem foi à pessoa? — Surpreso com a confissão.
— Não posso contar. — Põem as duas mãos sobre a boca, indicando que é proibido ela dizer.
 Então essa pessoa é conhecida... Será que é sua sobrinha? — Elon ficou buscando nomes de quem poderia ser a tal pessoa. — O que você quis saber?
— Eu contei que tenho um amigo na qual estou afim, e estava em dúvida se pegaria ou não.
— E o que essa pessoa respondeu?
— Que eu deveria arriscar que não tenho muito a perder, já que ambos queremos.
— Quem é essa pessoa?
— Não posso falar.
— Como assim, não pode?
— É segredo.
 Então tudo indica que essa tal pessoa é conhecida. — Pensou Elon.
— Foi por isso que eu decidir descer para te atacar.
— Como assim me atacar? — Com os olhos esbugalhados de surpresa.
— Depois que ganhei o conselho de tentar ficar contigo, eu resolvi ir até a sua casa e ver no que ia dar, se você iria resistir á mim. — Elon não consegue dizer nada, apenas a olha. — Mas lembrei de que não podemos por conta de algumas pessoas, aí preferi ficar aqui mesmo. Mas se pudesse eu iria te pegar, com vontade, não sei se teria forças para trabalhar no dia seguinte.
— Ave Maria. Você é ninfomaníaca.
— Não, não sou. Apenas gosto do que é bom.
— É, estou vendo. — Abrindo um sorriso.
— Vai me dizer que você não gosta? — Encarando-o.
— Claro que eu gosto, eu amo. Só não tenho esse pique, essa força de uma noite inteira.
— Você é novo e não aguenta uma noite inteira de sexo?
— Acho que não. E não tem nada a ver com idade e sim com apetite.
— Mesmo assim, quanto mais jovens, mais resistência e vontade.
— Isso na teoria. Nem sempre é assim e considerando que isso seja uma verdade, existe as exceções.
— Você está me dizendo que só aguenta uma?
— Tem dias que sim e tem dias que dei três ou mais. Vai depender do dia.
— Eu gosto muito de sexo.
— Eu também gosto muito, só não sei se tenho essa sede e fome que você tem. Se o cara aguentar e deixar você fica a noite inteira e o dia transando.
— E estou errada?
— Com certeza não. — Ambos dão risada. Novamente o silêncio reina entre eles. Elon levanta e vai até a cozinha.
— Também quero. — Grita Giovana.
— Água?
— Não, quero café.
— Estou bebendo água.
— Mas trás café para mim, seu ruim.
— Quero te dar outro pretinho... — Fala um tom baixo.
— O que?
— Nada não. — Põem café no copo e leva para ela.
— O que foi que você disse?
— Não falei nada. – Colocando a mão na boca.
— Você mente mal pra caramba. Anda, fale logo.
— Não posso dizer, porque é segredo. — Dando um leve sorriso.
— Não temos segredos um com o outro.
— Mas existem certas coisas que não podemos dizer.
— Ta bom, então. — Seguem um curto tempo sem dizer nada.
— Como anda seu namoro?
— Na mesma merda. — Demonstrando tristeza.
— Como assim?
— Ah! Na cama é perfeito, só que um namoro não vive só de cama.
— Com certeza não. — Olhando fixamente para sua amiga.
— Como já dizia o ditado: Pica pura dar gastura. — Elon dar uma gargalhada.
— Ele faz de tudo na cama, é perfeito. A mulher que pegar ele, está realizada.
— Nem sempre. — Com a fisionomia pensativa.
— Não entendi. — Mostrando-se surpresa.
— Ele é perfeito para você, o que não quer dizer que seja para outras. Até porque cada pessoa gosta de um jeito.
— É, você tem razão.
— Eu sempre tenho razão. — Gabando-se
— Você se acha não é?
— Eu não me acho, apenas reconheço meus potenciais.
— Eu aguento isso? — Batendo de leve a mão na testa. — Menos, bem menos, viu?. — Fazendo com a mão.
— O que pretende fazer com seu "amor"?
— Estou pensando em terminar.
— Por qual motivo?
— Para que eu quero um homem que não me ajuda?
— É complicado mesmo.
— Não tenho mais idade para só sexo, preciso de algo mais. Quero um homem que me ajude, que cole comigo e ele acha que sexo é tudo.
— É sério isso? — Surpreso.
— É sim, sabe que eu não escondo nada de você.
— É, eu sei. Bom, eu tenho que ir em casa.
— Já?
— Já, vou ter que lavar minhas roupas.
— Ta bom, então. — Se cumprimentam e Elon volta para casa.

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